Paula Dakinn: Filha de uma linhagem de mulheres artistas e curandeiras procedentes do interior de Sergipe, Brasil.  Desde cedo fui tocada pela semente do yoga e das artes da expressão através do movimento, recebendo o prazer da dança e das artes cênicas, por meio do universo da companhia familiar de teatro centrada nos estudos sobre o folclore cultura popular, sobre cantos e contos de comunidades tradicionais do Nordeste do Brasil. Tendo uma peculiar vivencia iniciática aos seus 7 anos de idade quando os meus pais decidem morar dentro de um Ashram, uma comunidade Hinduísta, fundada nos anos 80’ no litoral de Aracaju, onde pude receber em minha pequena existência algumas  bonitas sementes.  E assim foi o comecinho de um trajeto ainda existente...

Desde cedo algo já me chamava para o movimento, conhecer culturas, formas, outros costumes.... Pude durante meu trajeto de vida viajar por vários continentes e regiões do planeta, onde sempre fui impulsionada por um propósito que era o de investigar, indagar como cada cultura ou comunidade sentia vivia a dança em seu cotidiano ou em momentos rituais... E como a dança realmente tomavam um papel para além do sentido lúdico ou meramente estético na vida, em meu sentir se constatava a dança como um meio, uma forma e transformação de cada ser e de sua comunidade. A dança acentua a vida! E quem se abstém do movimento pode chegar mesmo a certo ponto de desequilíbrio psíquico ou falta de pulsão de vida, e de muita rigidez.  Se há vida há movimento!

Sempre existindo através do modo de expressão natural do meu Ser, a dança. E ao mesmo tempo convergindo o seu sentido ritual, místico transformador dentro das tradições que fui participando e aprendendo durante minha trajetória. Assim à medida que fui vivenciando dentro de diferentes disciplinas corporais, fui naturalmente estabelecendo certas relações e marcas certos florescimentos, buscas... a investigação e despertar por meio do fazer corpo e de seu pensar da sua fala, tendo a cada passo e relação de vidamovimento-corporitual, como uma efetiva via de autoconhecimento. Então, o corpo como caminho... o corpo pensa, o corpo sabe. Se cabe em meu corpo também cabe no teu, nunca houve o separado!